God of War tornou-se aquela franchise que ficará para sempre imortalizada na indústria dos videojogos e que ao longo dos vários jogos, nos veio trazer uma bela história baseada na mitologia grega, onde são narradas as aventuras de Kratos, o protagonista e o anti-herói de God of War.
Depois da trilogia de God of War nas consolas principais da Sony, God of War: Chains of Olympus veio expandir o universo desta franchise à portátil da Sony, a PSP.
God of War: Chains of Olympu aprofundou a história de Kratos ao mostrar-nos os acontecimentos passados, não fosse este jogo uma prequela do original. Contudo, em Maio de 2010, surgiu o anuncio de um segundo jogo do deus da guerra para a PSP, o God of War: Ghost of Sparta.
Desenvolvido pela Ready at Dawn Studios em colaboração com o Santa Mónica Studio, God of War: Ghost of Sparta marca o tão esperado regresso à portátil da Sony e, como não poderia deixar de ser, Kratos está de volta para fazer tremer os deuses do Olimpo e mostrar-nos que a série ainda tem muito para dar.
O seguinte paragrafo pode conter spoilers para quem não terminou o God of War.
Cronologicamente, God of War: Ghost of Sparta coloca-nos entre o final de God of War e o inicio de God of War 2, com Kratos sentado no seu trono a assumir a posição de deus da guerra após ter derrotado Ares. Kratos continua a ser atormentado pelas visões do seu passado mas, desta vez, estas visões estão relacionadas com o seu irmão, Deimos. Determinado a obter respostas e ignorando os avisos de Athena, Kratos parte para mais uma jornada épica.
À primeira vista, Ghost of Sparta não apresenta grandes diferenças e muitos irão pensar que é mais do mesmo, com a mesma jogabilidade e violência gratuita. Em parte, até é verdade, mas os rapazes da Ready at Dawn e do Santa Monica Studio conseguiram introduzir novos elementos na jogabilidade que nos incutirão o desejo de os termos visto nos God of Warde “alto calibre”.
A mecânica de jogo continua a ter os ataques rápidos, fortes, contra-ataques e a habilidade de nos esquivarmos como os alicerces da jogabilidade de God of War. À medida que avançamos na história de God of War, e como acontecia nos jogos anteriores, seremos introduzidos à jogabilidade, através de pequenos tutoriais. Esta habituação a God of War: Ghost of Sparta não custa nada e se jogaram os jogos anteriores, não terão dificuldade em abraçá-la, e nem darão pela falta de um segundo analógico. Este último aspecto, é mesmo um dos maiores feitos conseguidos pelas produtoras envolvidas em God of War: Ghost of Sparta. Não houve uma única vez que tenha sentido necessidade ou dificuldade numa das várias etapas do jogo.
Passando às novidades, Kratos veio com novas habilidades, nomeadamente, a habilidade de poder fazer uma investida a um inimigo, derrubá-lo para o chão, enquanto nos deixa escolher se queremos esmurrá-lo “levemente” ou através da força bruta. As Blades of Athena, dadas por Athena quando Kratos se tornou o deus da guerra, são a nossa arma principal para esquartejar quem nos tenta fazer frente, no entanto, em God of War: Ghost of Sparta, vocês irão ganhar uma habilidade que vos permitirá envolver as Blades of Athena em fogo, causando mais dano. Obviamente, esta habilidade não é infinita, mas ao contrário do que acontece com o Rage of Gods, esta habilidade regenera-se automaticamente num curto período de tempo.
Chegará também uma altura em que vocês irão ganhar uma nova arma, uma arma apenas usada por verdadeiros guerreiros de Sparta, refiro-me à lança e escudo que os generais espartanos usam em batalha. Apesar de não ser tão boa quando comparada com as Blades of Athena, é uma arma que tem as suas vantagens, como o facto de poder ser utilizada para nos defendermos dos arqueiros ou a podermos utilizar como arma de longo alcance, sendo relativamente poderosa e com a possibilidade de upgrade, assim como tudo o que seja magia e armas em God of War.
As plataformas foram alvo de um refinamento, e se jogaram Uncharted 2: Among Thieves, vocês encontrarão várias semelhanças. Kratos irá ter de saltar, “voar” com a ajuda das Blades e sobreviver armadilhas mortais. Nota-se que foi dado um especial cuidado no que toca às plataformas, onde é possível ver Kratos a preparar-se para dar um salto para outra plataforma, sempre de forma segura e nunca induzindo o utilizador em erro. Em ocasião alguma, irão morrer por “incompetência” que não seja a vossa.
As magias e os “puzzles” não foram deixados de parte, porém, é no primeiro aspecto que podemos observar o único calcanhar de aquiles de God of War: Ghost of Sparta. Digo isto, não num sentido depreciativo, pois as magias são funcionais e dão bastante jeito, mas para as usarmos temos de pressionar uma das três direcções do D-Pad, o que significa que durante um segundo iremos ficar com Kratos parado, visto a PSP ter menos botões que um Dualshock 3. Os “puzzles”, por sua vez, são bastante básicos e se esperam encontrar verdadeiros quebra-cabeças, podem tirar o cavalinho da chuva.
A acção é mesmo o ponto forte de God of War: Ghost of Sparta e durante as cerca de seis horas de jogo, podem contar com várias cenas dignas de um filme que fazem uso dos quick time events, quantidades industriais de inimigos para chacinar e até alguns inimigos novos. As lutas com bosses são monumentais e todas nos dão mais vontade para continuarmos a jogar God Of War Ghost of Sparta. A apresentação é um dos aspectos mais favoráveis de God of War: Ghost of Sparta, sendo algo chocante à primeira vista, não pela sua violência banal que é conseguida pela sede de vingança de Kratos, mas sim pelo o que os estúdios responsáveis por este novo God of War conseguiram alcançar com este jogo e hardware da PSP. A PSP é levada a um novo extremo e os grafismo de God of War: Ghost of Sparta é dos melhores que alguma vez foram vistos na portátil da Sony.
A Ready at Dawn Studios e Santa Monica Studios refizeram Kratos do zero e o resultado acaba por ser o melhor Kratos alguma vez visto na PSP. Kratos está mais detalhado, quando comparado com o modelo do Chains of Olympus, e no decurso da aventura é possível ver chuva a escorrer pelo seu corpo e até vê-lo a ser banhado em sujidade e sangue dos seus inimigos, embora não tão detalhado como acontece em God of War 3.
Os cenários estão cheios de vida e também eles conseguem deixar-nos de boca aberta com as suas paisagens magnificas. Corredores escuros iluminados por pequenos feixes de luz, a brisa de uma montanha gelada e até à mudança subtil da posição da sombra consoante a posição da luz são alguns dos pormenores deliciosos de God of War: Ghost of Sparta, tudo foi pensado ao detalhe.
Esta qualidade gráfica vem acompanhada com uma excelente banda sonora e trabalho de vozes. Vocês irão ter o prazer de ouvir todo um role de efeitos sonoros de altíssima qualidade, juntamente com diálogos que causam impacto e que são conseguidos através das grandes performances dos artistas que emprestam as vozes às personagens. Mas se querem realmente desfrutar do som de God of War: Ghost of Sparta, aconselho-vos a usar os headphonese a prepararem-se para serem emergidos numa aventura verdadeiramente épica.
Numa era em que já pudemos experienciar a excelente trilogia de God of War, é perfeitamente natural que vocês esperem mais e melhor de Ghost of Sparta. Nesse aspecto podem ficar descansados, pois God of War: Ghost of Sparta não vos deixará ficar mal, trazendo um lado mais humano de Kratos que não foi muito visto em jogos anteriores. Apesar de ainda ser possível ver a raiva estampada nos olhos de Kratos, Ghost of Sparta dá-nos uma daquelas raras oportunidades de vermos arrependimento e até termos compaixão pela personagem.
God of War: Ghost of Sparta é, sem dúvida alguma, um dos melhores jogos disponíveis para a PSP. A Ready at Dawn superou o trabalho alcançado com God of War: Chains of Olympus, conseguindo obter uma experiência mais gratificante e um capitulo importante na história de Kratos. O combate fluído, a construção dos níveis, o grafismo e a sonoplastia maravilhosas fazem deste God of War: Ghost of Sparta uma experiência única e recomendada a todos os possuidores de uma PSP.
Visuais e trabalho sonoro fantásticos;
Jogabilidade muito acessível;
Mais uma aventura épica no mundo de Kratos;
Desbloqueáveis e Challenge of the Gods;
O que é bom acaba depressa;
Os fãs de quebra-cabeças não irão encontrar desafio em God of War: Ghost of Sparta.